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Crédito impulsiona comércio de bairro em Belo Horizonte

Crédito impulsiona comércio de bairro em Belo Horizonte

  • 21/11/2024



     

    O varejo de proximidade voltou à moda, principalmente após a pandemia da Covid, que mudou muitos dos hábitos de consumo dos brasileiros. Surfando na onda de oferecer um pouco de tudo a curta distância, empórios ressurgiram repaginados, com diferencial na venda de produtos locais e regionais. Em 1953, seu Caetano Jácome abriu um mercadinho no bairro Calafate, região oeste da capital mineira. Inspirado no pai, em 2016, Marcelo fundou o Empório du Carmo no bairro de Santo Agostinho, região de classe média alta da cidade.

    Um ano mais tarde, Ritha Jácome seguiu os passos do irmão, levando para outro bairro de alto poder aquisitivo, Cidade Jardim, um empório com o mesmo nome. A maioria dos produtos são de Minas Gerais e o forte são os queijos. “A minha ideia foi trazer um pouquinho do Mercado Central de Belo Horizonte para o bairro”, conta Ritha. Mesmo já tendo atuado como consultora do Sebrae, ela cometeu um erro comum a quem se aventura pela primeira vez no empreendedorismo:

    Eu pensei que soubesse como abrir e gerir a empresa e não me preparei adequadamente, não fiz um plano de negócio, não segui a cartilha que sempre preconizei.

    Ritha Jácome, empreendedora

    Em 2021, ela acabou precisando recorrer a um financiamento de R$ 50 mil para arcar com as despesas do empório e garantir o fluxo de caixa. Para tanto, contou com a garantia do Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe), do Sebrae, utilizando a consultoria da instituição. O pagamento do empréstimo foi feito a partir de uma tabela regressiva, as prestações começaram em pouco mais de R$ 3 mil e terminaram em setembro de 2024, em cerca de R$ 1 mil.

    O empório de Ritha cresceu no tamanho e no faturamento. Passou de 30 m² para uma loja de esquina, na mesma avenida, agora com 90 m², e faturando, em média, R$ 180 mil mensais. Ritha investe em queijos e em vinhos diferenciados, além de manter pequenos quiosques de conveniência em hotéis da capital. “Hoje defendo o uso consciente dos recursos e da gestão planejada do negócio. Não tenho problema em admitir meus erros. Voltei a ser consultora do Sebrae, desta vez com o diferencial da minha experiência na condução do meu negócio”, ressalta.

    Calculadora financeira

    Visando fortalecer o acesso a crédito, o Sebrae investiu R$ 2 bilhões no Fampe, o que possibilita a liberação de até R$ 30 bilhões em crédito para o setor nos próximos três anos, garantindo até 80% dos valores financiados. Para facilitar todo o processo, na plataforma Crédito Consciente, os empreendedores podem compreender melhor suas finanças antes de solicitar um empréstimo. Há, por exemplo, uma calculadora financeira, por meio da qual os usuários podem inserir dados sobre suas vendas e custos para obter uma análise detalhada da situação da empresa.

    Com esse diagnóstico em mãos, o empresário pode explorar opções de linhas de crédito, organizadas por modalidade de financiamento, taxas, prazos e valores estimados, conforme suas necessidades. Em Minas Gerais, por exemplo, a garantia oferecida pelo Fampe ajuda empreendedores de portes variados, começando por aqueles que só precisam de um empurrãozinho. O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no estado, Marcelo de Souza e Silva, comemora os resultados.

    Por meio do Fampe, ampliamos de forma significativa o acesso ao crédito pelos micro e pequenos negócios. Nos últimos quatro anos, alcançamos um recorde de atendimentos pelo Fampe, com mais de 47 mil empresas de vários segmentos beneficiadas. Juntas, elas somaram cerca R$ 2,7 bilhões em financiamentos e 70% desse montante foram garantidos pelo fundo de aval do Sebrae.

    Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas Gerais

    Para Marcelo, o Fampe cumpre um papel de democratizar o crédito ao impulsionar os pequenos negócios e garantir o desenvolvimento econômico brasileiro.

    Pandemia foi inspiração

    Marta Veloso também focou em um empório para empreender. Moradora do Alto Barroca, em Belo Horizonte, ela alugava a garagem de sua casa para um estúdio de pilates. Durante a pandemia, quando a família se refugiou em um rancho em Três Marias, Marta teve a ideia de utilizar o espaço para comercializar produtos da roça. Ela utiliza as frutas produzidas no rancho para fazer polpas, picolés e sorvetes, produz roscas e comercializa pão de queijo, pastéis de angu, queijos, carnes, tilápia e pequi, todos os produtos oriundos de Minas Gerais.

    “O meu picolé de pistache é famoso, tem gente que atravessa a cidade para comprar”, comemora. Para expandir o Empório do Cerrado, Marta e o marido, Vicente, buscaram financiamento de R$ 10 mil, com a garantia do Fampe do Sebrae. O faturamento gira em torno de R$ 14 mil mensais e os custos fixos são reduzidos. “A casa é própria, não temos funcionários e o meu marido, gerente de banco aposentado, faz a gestão do negócio. Já somos referência pela qualidade dos produtos que comercializamos”, conclui.

    Momento Crédito Consciente

    Esta é a quarta reportagem da série Momento Crédito Consciente, um oferecimento do Sebrae Acredita. A proposta é levar conhecimento sobre o crédito para donos de pequenos negócios de todo o país. Confira o lançamento semanal de novos episódios e a série completa na Agência Sebrae de Notícias (ASN).

    Fonte: Agência Sebrae


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